quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

COMUNICAÇÃO DEMOCRÁRITICA, CIDADANIA PLENA.


Fraternidade e Segurança Pública

Por Tião Santos


Tendo como tema "Fraternidade e Segurança Pública" e como lema "A Paz é fruto da Justiça", a Campanha da Fraternidade 2009, liderada pela igreja Católica em comunhão com outras igrejas cristãs, levará à sociedade brasileira a discussão da segurança pública.Dezembro 2008

Tendo como tema "Fraternidade e Segurança Pública" e como lema "A Paz é fruto da Justiça", a Campanha da Fraternidade 2009, liderada pela igreja Católica em comunhão com outras igrejas cristãs, levará à sociedade brasileira a discussão da segurança pública. Infelizmente, a questão da violência e da insegurança é hoje um fenômeno que atinge a todos, em todos os cantos do país. Não é mais um problema das grandes metrópoles e de responsabilidade apenas das autoridades, é um problema de todos nós.Durante muito tempo a questão da segurança pública foi vista apenas como questão dos estados, das polícias. Pouca participação e interferência do governo federal e nenhuma participação da sociedade. A idéia de que a segurança pública é um problema de polícia levou-nos ao caos de insegurança que vivemos hoje em todo país.
É preciso virar a chave, acender a luz, abrir portas e janelas para que novos ares cheguem aos cantos mais escondidos e obscuros desse que é o tema mais importante para nós nos dias de hoje: a "(in)segurança pública". Sem medo de errar, podemos afirmar que sem a participação da sociedade civil, não há salvação para a questão da violência e da (in) segurança pública.
Por isso, achamos de fundamental importância a abordagem da Campanha da Fraternidade do próximo ano. Acreditamos que, neste momento, quebrar tabus e popularizar o tema é fundamental para darmos início, enquanto sociedade, a busca de soluções para esse grave problema. Um dos objetivos da campanha é levar as pessoas a refletirem sobre os seus direitos de viver numa sociedade segura, aonde o ir e vir sejam respeitados, onde não haja medo de bala perdida, de seqüestro relâmpago, de confrontos armados em plena cidade, etc.
É preciso entender que a violência é um fenômeno epidemiológico. Vivemos uma epidemia de violência e uma ausência de políticas publicas eficazes. E, como no caso das epidemias, temos que dar tratamento de choque, ir ao foco, nas raízes, ver o todo e as partes. Trabalhar duro na prevenção, diagnosticar e chegar antes do problema.Precisamos incorporar a cultura de que a violência acontece na rua, no bairro, na cidade e, portanto, não pode ser tratada como problema apenas das autoridades estaduais e federais. É um problema do município, das autoridades e da sociedade local.
Neste contexto, a Baixada, castigada historicamente pelos grupos de extermínios, pelas bárbaras chacinas e pelo alto grau de violência contra a juventude, principalmente a pobre e negra, começa a dar bons exemplos de como se deve combater a violência, promovendo políticas publicas de prevenção. É o caso de Nova Iguaçu que, neste ano, reduziu em 25% o índice de homicídios dolosos (com intenção de matar).
Graças à implantação e desenvolvimento de ações do GGI (Gabinete de Gestão Integrada), combinada com outras ações de governo, principalmente no que se refere a políticas na área de educação, Nova Iguaçu mostrou e vem mostrando que é possível reduzir a violência e, sobretudo, trabalhar para a construção de uma cultura de paz. A Paz é fruto da Justiça e a Esperança companheira das duas. Em 2009, com os primeiros resultados das ações do PRONASCI – Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, com a realização da I Conferencia Nacional sobre Segurança Publica e com a Campanha da fraternidade, temos esperança de que o terreno árido da (in) segurança poderá se transformar em solo fértil para o plantio e a colheita da Paz!
Tiao Santos é Coordenador de projetos de segurança pública e juventude do Viva Rio e membro da Comissão Nacional de Organização da I Conferencia de Segurança Publica.